Jornalista

terça-feira, 7 de abril de 2009

Reciclagem para resgatar o meio ambiente


O expressivo número de 101,2 mi de aparelhos celulares em uso no Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) chamou a atenção do professor Adjunto Marcelo Borges Mansur, do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo Mansur, o uso de pilhas em demasia nos aparelhos eletrônicos e o vasto número de celulares no País pode causar um dano ambiental se não tratado de forma correta na coleta do lixo. “O descarte não tem nenhum controle por parte da população, e se tratado o material químico presente nas pilhas e baterias pode ter um retorno financeiro, social e ecológico”, afirma Mansur.

Algumas pilhas, como as alcalinas que atendem às normas de segurança podem ser jogadas no lixo, de acordo com o símbolo do controle de qualidade presente na embalagem. Segundo Mansur, a legislação brasileira sobre pilhas e baterias Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) nº 257 de 1999, deveria ser alterada para adequar a um sistema de coleta moderno. “O grande problema encontrado é a conscientização da população, que ao invés de jogar a pilha no lixo, o certo seria devolver essa pilha ou bateria para o seu revendedor ou em algum posto de coleta destinado”, declara.

A idéia, segundo o professor é criar uma rota para tratar cada tipo de elemento químico encontrado nas pilhas e baterias. Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, o preço por tonelada de alumínio, cobre e cobalto encontrado nas baterias de “íons lítio” foi aproximadamente de US$ 1.500,00, US$ 2.700,00 e US$ 47.245,00 respectivamente, no período de janeiro a junho de 2004.

A metodologia aplicada no processo de hidrometalurgia para a recuperação dos metais presentes em baterias e pilhas de acordo com o professor Marcelo Mansur, consiste em: Primeiro é feito o desmantelamento da bateria, ou seja, sua abertura. Em seguida vem a lixiviação com ácido sulfúrico, que dissolve a bateria e forma uma solução. Por fim, essa solução é tratada com o objetivo de separar os metais (alumínio, cobre e cobalto), por meio da extração líquido-líquido. Para o professor Mansur, juntamente com o Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, esse processo é atualmente o mais viável no ponto de vista econômico - social e por resgatar o sistema ambiental.

Um outro fator preocupante é a questão do mercado paralelo de baterias para celular. “O risco eminente de explosão ocorre, devido a falta de segurança presente nestes produtos que não mantém um controle padrão de qualidade”, afirma Mansur. As quedas frequentes dos aparelhos celulares e a exposição por muito tempo ao sol podem levar à explosão de baterias. É fundamental que a população conscientize e cobre uma melhor qualidade nos quesitos segurança e responsabilidade ambiental.

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